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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ping pong não é fácil

Antes de mais nada, preciso dizer que eu odeio, abomino, detesto e tenho total aversão a praticar qualquer tipo de esporte. Qualquer um. Sou um desastre em quadra, e é quase impossível para mim sair de um jogo sem machucar a mim mesma, uns três colegas e fazer todos presentes rirem da minha cara.

Foi pensando nisso que meus olhos brilharam ao ver a nova opção de esporte (que é obrigatório) da escola: tênis de mesa. Ou, na minha mente iludida e otimista, ping pong. Me matriculei sem pensar duas vezes, imaginando que seria mil vezes mais fácil acertar a bola com uma raquete que com os meus pés. Pelo menos, segundo o professor, as chances de me machucar durante o jogo são mínimas... Mas até o fim do ano com certeza vou arranjar alguma.

A primeira aula parecia fácil. Ainda assim, fiz Luh ir comigo, já que não conhecia ninguém na turma. O professor nos fez sentar numa espécie de degrau que tem ao redor da sala e começou a falar sobre o que teríamos que fazer. Descobri que tênis de mesa, defitivamente, não é ping pong.

A raquete deve ser feita de madeira, com dois lados de borracha, um preto e um vermelho, e existem duas maneiras corretas de segurá-la. As cores são porque o adversário precisa ver se você está atacando ou defendendo. Me desculpe, mas alguém aí consegue entender como prestar atenção na cor da raquete da outra pessoa? Eu não. Com certeza vou estar mais preocupada com a bolinha.

Sei que o professor falou mais alguma coisa, mas isso foi completamente apagado da minha mente porque depois de meia hora de discurso sobre raquetes e campeonatos, terminei deitada no colo de Luh com os olhos fechados e a mente bem distante da sala de aula. Só voltei à terra quando o professor me chamou.

Cada aluno deveria ir até o meio da sala e jogar um pouquinho com ele. Claro que com a sorte que tenho, o cara me viu deitada e fui a primeira a tentar. Falo tentar porque eu definitivamente não consegui.

Começou com um exercício "fácil". Quicar a bola em cima da raquete.

Respirei fundo e joguei a bolinha pra cima. Com toda a certeza existia um campo elétrico sobre a minha raquete que fez com que a bola voasse a uns trinta centímetros de distância. É claro que todo mundo riu. É claro que sendo a pessoa muito corajosa que sou, meu rosto queimou de vergonha e desejei que o chão se abrisse sob meus pés. É claro que o professor me mandou tentar outra vez.

Segunda tentativa. Bati na bolinha, e ela voou longe outra vez. Terceira tentativa. Ao invés de quicar, consegui rebater a bola na direção do professor (que me humilhou completamente ao pegá-la com a raquete no ar). Quarta tentativa. Consegui quicar a bola três vezes mais rápido do que deveria uma ou duas vezes. O professor me pediu pra ir mais devagar. Segui a instrução e a fiz a turma inteira rir com a minha incrível capacidade de afugentar a bola.

Depois disso, o professor teve um pouco de pena de mim e me deixou sentar outra vez. Corri pro meu lugar o mais rápido que pude antes que ele mudasse de ideia e fiquei observando enquanto o resto da turma se levantava para jogar.

Sim, eu sou a pior da turma. Sim, eu fui a única que não conseguiu quicar a bolinha. Sim, as outras pessoas estavam jogando. Não, eu não sou a mais nova da turma para poder usar a desculpa de que por isso sou desajeitava. O melhor aluno bate na minha cintura e deve ter um terço da minha idade. É claro que ele foi o que mais riu da minha completa humilhação.

Acho que vou "esquecer" o caminho para a sala de tênis quinta-feira.

P.s.: Não garanto que o Só Acontece Comigo esteja de volta. Esse post é totalmente independente, apenas porque achei que combinava muito com o blog, e senti saudades daqui. Mas ainda não conversei com Anny sobre isso e não acho certo voltar sem ela. Vou ver se temos tempo e confusões pra atualizar isso aqui e dou notícias.

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Anônimo disse...

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